Um relatório divulgado pela organização Aldeias Infantis SOS revelou que o Brasil tem ao menos 32 mil crianças e adolescentes afastados do convívio familiar. São jovens que, em sua maioria, sofreram negligência e a violência física ou psicológica por parte de pai, mãe ou responsáveis e estão sob a guarda do Estado, acolhidos em lares e abrigos públicos ou de organizações não governamentais.
Segundo o levantamento, 8 em cada 10 dessas crianças e adolescentes estão nas regiões Sul e Sudeste do país. A maioria, 44%, tem entre 12 e 17 anos; 27% são crianças entre 6 e 11 anos, 25% têm entre 0 e 5 anos, e 5 em cada 100 desses jovens afastados do convívio familiar têm 18 anos ou mais. A organização, que realizou o levantamento entre novembro do ano passado e março deste ano, ouviu mais de 350 crianças e adolescentes sob a guarda do Estado em todas as regiões do país e constatou que quase 40% deles estiveram em situação de acolhimento por mais de 18 meses, que é um período maior que o estabelecido pela legislação brasileira.
Além disso, a pesquisa identificou que muitos dos adolescentes e crianças desejam voltar a morar com suas famílias ou, pelo menos, retornar ao contato com familiares. Para os responsáveis pelo estudo, os resultados mostram a necessidade de uma ação urgente para garantir melhores condições de vida e acesso a políticas públicas para famílias vulneráveis e melhor atendimento às crianças e adolescentes em serviços de cuidados alternativos.
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