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Domingo, 10 de Novembro de 2024

Justiça

Câmara dos Deputados aprova aumento de pena para feminicídio

Projeto de lei estabelece novas agravantes e endurece punição para quem descumprir medidas protetivas e reincidir em crimes contra mulheres

Marcio Edison
Por Marcio Edison
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Câmara dos Deputados aprova aumento de pena para feminicídio
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A Câmara dos Deputados aprovou um importante projeto de lei que endurece as penas para o crime de feminicídio, ampliando as agravantes para casos de violência extrema contra mulheres. A medida, que agora segue para sanção presidencial, aumenta a pena mínima para 20 anos e a máxima para 40 anos de reclusão, uma mudança significativa em relação à atual punição, que varia entre 12 e 30 anos. O projeto também reforça o combate à violação de medidas protetivas, elevando as penas para esses casos e incluindo novas regras para a execução das sentenças em crimes relacionados à violência de gênero.

O feminicídio, que já é considerado um crime hediondo pela legislação brasileira, ganhará novas agravantes, aumentando a severidade das punições para casos em que o crime for cometido em circunstâncias especialmente cruéis ou premeditadas. As mudanças visam responder à crescente demanda social por justiça mais rigorosa e por maior proteção às mulheres em situações de vulnerabilidade.

Aumento das penas e novas agravantes

Com a aprovação do projeto, a pena para quem cometer feminicídio será significativamente ampliada. O novo intervalo de reclusão será de 20 a 40 anos, um aumento substancial em relação à faixa anterior de 12 a 30 anos. A elevação das penas reflete uma tentativa do legislativo de fortalecer o combate à violência contra mulheres, que, segundo dados, tem mostrado índices alarmantes no país.

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Além do aumento da pena básica, o projeto aprovado prevê agravantes em casos específicos, como o assassinato de mães ou mulheres responsáveis pelo cuidado de pessoas com deficiência, uma tentativa de proteger ainda mais aqueles em situação de vulnerabilidade extrema. Situações em que o crime for cometido com o uso de veneno, fogo, explosivos, asfixia, tortura ou outros meios cruéis também sofrerão aumento de pena, evidenciando a preocupação com a brutalidade e a premeditação envolvidas nesses atos.

A proposta também amplia as circunstâncias em que o feminicídio poderá ser considerado mais grave. Crimes cometidos com traição, emboscada, dissimulação ou qualquer recurso que dificulte a defesa da vítima passarão a ser punidos de forma mais severa. Outro ponto relevante é o aumento da pena para o uso de armas de fogo de uso restrito ou proibido, ampliando a punição para casos em que essas armas são utilizadas para perpetrar o crime.

Repercussões para coautores e violação de medidas protetivas

O projeto de lei também inclui no escopo da punição os coautores ou participantes do feminicídio. Isso significa que, além de punir o autor direto do crime, a legislação abrangerá de forma mais rígida aqueles que contribuíram ou participaram do planejamento e execução do assassinato. Essa mudança visa a responsabilização coletiva em casos de feminicídio que envolvem mais de uma pessoa, fechando brechas legais que poderiam beneficiar cúmplices ou facilitadores do crime.

Outra alteração importante refere-se à punição para a violação de medidas protetivas, um problema recorrente nos casos de violência doméstica e de gênero. Anteriormente, a punição para quem descumpria essas medidas era de 3 meses a 2 anos de prisão. Com a nova legislação, a pena foi aumentada para 2 a 5 anos de reclusão, além de multa. A intenção é reforçar a importância das medidas protetivas e desestimular o descumprimento, que muitas vezes precede atos de violência mais graves, como o feminicídio.

Impactos para crimes relacionados à violência doméstica

A nova legislação não apenas se concentra no feminicídio, mas também amplia a punição para outras formas de violência contra a mulher, como ameaças, agressão e lesão corporal. Essas infrações, que frequentemente são precursorsas do feminicídio, passarão a ter penalidades mais rigorosas, refletindo um esforço legislativo para conter o ciclo de violência que muitas vezes culmina em morte.

Além disso, a proposta cria novas regras para a execução da pena em casos de reincidência. Para criminosos que já tenham cometido crimes de violência doméstica ou feminicídio anteriormente, a legislação prevê penas mais duras e um acompanhamento mais rigoroso do cumprimento da pena, buscando evitar que esses agressores retornem ao convívio social sem a devida ressocialização e monitoramento.

O cenário da violência contra a mulher no Brasil

A aprovação desse projeto de lei ocorre em um momento em que o Brasil vive uma crise alarmante de violência contra a mulher. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que o número de feminicídios tem crescido anualmente, destacando a urgência de medidas mais efetivas de prevenção e punição. Em 2022, mais de 1.400 mulheres foram vítimas de feminicídio no país, uma média de quatro mortes por dia.

O endurecimento das penas é visto como uma tentativa de responder à pressão de movimentos feministas e da sociedade civil, que têm exigido ações mais contundentes para enfrentar a violência de gênero. No entanto, especialistas apontam que, além da punição, é necessário investir em políticas de prevenção e suporte para as mulheres em situação de risco, como o fortalecimento da rede de proteção e o aumento de recursos para o atendimento de vítimas de violência.

Próximos passos

Agora, com o projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados, ele segue para sanção presidencial. Caso seja sancionado, o Brasil verá uma mudança significativa na forma como lida com o feminicídio e outros crimes de violência contra a mulher, com penas mais duras e maior abrangência legal.

Apesar de ser um avanço no campo legislativo, o sucesso da nova lei dependerá, em grande parte, da sua implementação prática e da capacidade das autoridades em aplicar as penas de forma eficaz. O aumento da pena e as novas agravantes são apenas parte da solução; o combate à violência contra a mulher requer um esforço contínuo e integrado entre o sistema de justiça, as forças de segurança e a sociedade como um todo.

Essa mudança legislativa representa um passo importante na luta por justiça para as mulheres vítimas de violência, mas deve ser acompanhada de ações que promovam a educação, a conscientização e a proteção para evitar que o feminicídio continue a ceifar vidas de maneira devastadora.

FONTE/CRÉDITOS: Agência Rádio 2
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Marcio Edison

Publicado por:

Marcio Edison

Jornalista, radialista. Formado em Matemática (PUC/SP) e Comunicação Social (UNIP/SP) também é desenvolvedor web, palestrante de tecnologia e CEO da mexcorp.net

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