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Segunda-feira, 28 de Abril de 2025

Cultura

Cangaço retorna ao cinema com 'As Quengaceiras'

Dirigido por Julia Barreto, o filme traz a força do sertão nordestino com Dira Paes e Gloria Pires no elenco

Marcio Edison
Por Marcio Edison
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Cangaço retorna ao cinema com 'As Quengaceiras'
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O cangaço, um dos temas mais icônicos do cinema nacional, voltará às telonas em grande estilo com o filme As Quengaceiras. O longa, que marcará a estreia da cineasta Julia Barreto na direção, promete explorar o universo do cangaço de uma maneira inovadora, colocando as mulheres no centro da narrativa. Com gravações previstas para o segundo semestre de 2025, o projeto já desperta grande expectativa no cenário cinematográfico brasileiro.

Julia Barreto, em recente entrevista, destacou que o filme será uma releitura do cangaço, gênero que retrata a vida de bandos armados no sertão nordestino no final do século XIX e início do século XX. No entanto, diferentemente das produções clássicas, As Quengaceiras trará uma visão feminina e contemporânea, focando na luta das mulheres em meio à dureza do sertão. “Quero que o filme explore as múltiplas facetas da vida dessas mulheres, que, em muitos momentos, foram relegadas à invisibilidade, mas que sempre tiveram papel fundamental nesse contexto”, afirmou a diretora.

Mulheres no cangaço

O cangaço é amplamente lembrado pelos nomes de figuras como Lampião e Maria Bonita, mas as mulheres, muitas vezes, ocupam um lugar secundário na narrativa. Barreto quer mudar essa perspectiva com As Quengaceiras, destacando não só a resistência dessas personagens, mas também suas complexidades. A cineasta vê o filme como uma oportunidade de dar voz às mulheres do sertão, que tiveram de lutar pela sobrevivência em um ambiente marcado pela violência e opressão.

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No elenco, duas atrizes de renome já estão confirmadas: Dira Paes e Gloria Pires. Ambas têm carreiras sólidas e são conhecidas por sua habilidade de interpretar personagens fortes e complexas. Julia Barreto ressaltou que a escolha de atrizes com essa bagagem foi fundamental para dar vida às protagonistas de As Quengaceiras. Segundo a diretora, Dira e Gloria trazem uma força autêntica e genuína às personagens, que serão peças centrais na trama.

Produção com sotaque nordestino

Outro destaque importante do projeto é o forte vínculo com a cultura nordestina. A cineasta fez questão de contratar uma equipe majoritariamente composta por profissionais da região, desde técnicos até o elenco de apoio. Esse compromisso não só enriquece a produção com uma visão autêntica da cultura local, como também fortalece a indústria audiovisual do Nordeste, muitas vezes pouco explorada em grandes produções.

“O Nordeste tem uma potência criativa incrível, e acredito que contar essa história com pessoas que vivem e conhecem a realidade do sertão é fundamental para o sucesso do filme”, explicou Barreto. Além disso, a diretora destacou que a estética do filme será profundamente influenciada pelas paisagens áridas e vibrantes do sertão nordestino, cenário que será captado pelas lentes de uma equipe local.

Expectativa e desafios

As gravações de As Quengaceiras estão programadas para o segundo semestre de 2025. A produção está em fase de pré-produção, e o roteiro, mantido em segredo, promete um enredo envolvente e cheio de nuances. A abordagem de Barreto, ao trazer o protagonismo feminino para um gênero dominado por figuras masculinas, já desperta curiosidade e entusiasmo entre os críticos e o público.

Entretanto, há desafios pela frente. Produzir um longa-metragem de época no Brasil, especialmente em locações desafiadoras como o sertão, demanda uma logística complexa e um orçamento robusto. O cinema brasileiro, que enfrenta dificuldades recorrentes em termos de financiamento, ainda luta para manter projetos ambiciosos como esse. Contudo, o envolvimento de nomes como Dira Paes e Gloria Pires, aliadas ao frescor de Julia Barreto como diretora, trazem um ar de otimismo para o projeto.

A importância de contar histórias regionais

O retorno do cangaço ao cinema nacional por meio de uma narrativa feminina e regional reforça a importância de se contar histórias autênticas e com raízes profundas na cultura brasileira. O cangaço, que já foi tema de filmes memoráveis como Deus e o Diabo na Terra do Sol e O Cangaceiro, continua a ressoar no imaginário coletivo, não apenas como um símbolo de resistência, mas também como um reflexo das desigualdades e das lutas sociais do país.

As Quengaceiras tem a missão de reimaginar esse cenário e trazer à tona a visão de mulheres que foram, muitas vezes, esquecidas pela história. Com um olhar contemporâneo e comprometido com a autenticidade, Julia Barreto promete um filme que não só enriquece a filmografia sobre o cangaço, mas também abre novos caminhos para o cinema brasileiro contar histórias plurais e de impacto.

O público agora aguarda ansioso pelo início das filmagens e, principalmente, pelo lançamento de As Quengaceiras, que tem o potencial de se tornar uma das grandes produções do cinema nacional.

FONTE/CRÉDITOS: Agência Rádio 2
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Marcio Edison

Publicado por:

Marcio Edison

Jornalista, radialista. Formado em Matemática (PUC/SP) e Comunicação Social (UNIP/SP) também é desenvolvedor web, palestrante de tecnologia e CEO da mexcorp.net

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