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Terça-feira, 21 de Janeiro de 2025

Comportamento

Consumo de álcool gera prejuízo bilionário ao Brasil

Estudo da Fiocruz aponta impactos financeiros e sociais do consumo de bebidas alcoólicas, com milhares de mortes e perda de produtividade

Marcio Edison
Por Marcio Edison
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Consumo de álcool gera prejuízo bilionário ao Brasil
Marcelo Camargo - Agência Brasil
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Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou um custo preocupante para o setor público brasileiro relacionado ao consumo de bebidas alcoólicas: R$ 18,8 bilhões em 2019. Esse valor representa cerca de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e inclui tanto os gastos diretos quanto os prejuízos indiretos gerados pelo uso de álcool. A análise evidencia que os impactos não se limitam à saúde pública, mas afetam significativamente a economia e a sociedade como um todo.

Como os custos são distribuídos?

A pesquisa da Fiocruz aponta que dos R$ 18,8 bilhões gastos, R$ 1,1 bilhão foi destinado a hospitalizações e atendimentos ambulatoriais no Sistema Único de Saúde (SUS). São recursos empregados no tratamento de doenças relacionadas ao álcool, que incluem complicações como cirrose hepática, câncer, doenças cardiovasculares e problemas neurológicos, além do atendimento a vítimas de acidentes e violência.

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A maior parcela desse custo, porém, refere-se aos chamados custos indiretos: R$ 17,7 bilhões foram perdidos devido à baixa produtividade, com grande parte relacionada à ausência no trabalho e à morte prematura de trabalhadores em idade produtiva. Também são considerados gastos previdenciários com licenças médicas, aposentadorias precoces e pensões. Esses custos indiretos são reflexo da dificuldade em se recuperar completamente da dependência ou dos efeitos do álcool, o que gera um ciclo de perdas financeiras e impacta diretamente o desenvolvimento econômico do país.

Os números da mortalidade e da violência

A Fiocruz estima que o consumo de álcool esteja associado a cerca de 104,8 mil mortes por ano no Brasil. As principais causas de morte são doenças cardiovasculares, acidentes de trânsito e casos de violência. De acordo com o estudo, esses números são alarmantes e podem ser subestimados, pois muitos casos envolvendo álcool não são devidamente registrados como tal nos dados oficiais. Esse cenário indica que o impacto do álcool vai além do indivíduo, afetando famílias inteiras e o sistema de saúde pública, que precisa lidar com o aumento da demanda por tratamentos.

Impacto previdenciário e perda de produtividade

Um dos aspectos mais preocupantes apontados pelo estudo é o impacto previdenciário e na produtividade. Com o crescente número de trabalhadores afastados ou incapacitados devido ao consumo de álcool, o sistema previdenciário arca com licenças médicas frequentes e aposentadorias antecipadas. Em um país onde o envelhecimento da população é cada vez mais evidente, esses custos se tornam um peso a mais para o sistema de seguridade social. Além disso, a perda de produtividade afeta empresas e a economia de modo geral, uma vez que funcionários afastados ou com baixa eficiência impactam diretamente os resultados de setores econômicos essenciais.

Perspectivas e alternativas para enfrentar o problema

Para os pesquisadores da Fiocruz, os números do estudo servem como alerta para a criação de políticas públicas que visem reduzir o consumo abusivo de álcool no Brasil. Uma das soluções discutidas envolve campanhas de conscientização sobre os riscos do consumo excessivo e programas de prevenção ao uso de álcool, principalmente entre jovens. O estudo também sugere o fortalecimento de políticas de fiscalização da venda de bebidas alcoólicas, especialmente em locais com alta taxa de acidentes e violência, como bares e casas noturnas.

Outra medida frequentemente debatida é o aumento da taxação sobre bebidas alcoólicas. Especialistas acreditam que uma elevação nos impostos sobre esses produtos pode desestimular o consumo e gerar mais receita para ser revertida em serviços de saúde e prevenção. O exemplo de outros países mostra que políticas de taxação e controle mais rígidas tendem a reduzir o consumo e seus impactos na sociedade.

Conclusão

Os números apresentados pela Fiocruz refletem uma realidade em que o consumo de álcool vai além de uma questão de escolha individual e se torna um problema de saúde pública e econômico para o país. Com um custo anual de R$ 18,8 bilhões, o impacto das bebidas alcoólicas atinge de forma significativa tanto o sistema de saúde quanto o mercado de trabalho e a previdência. Diante disso, é urgente que se avancem políticas e ações que não apenas tratem os danos causados pelo álcool, mas que busquem prevenir e reduzir o consumo abusivo, promovendo uma mudança cultural e social em relação ao uso de bebidas no Brasil.

FONTE/CRÉDITOS: Agência Rádio 2
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Marcio Edison

Publicado por:

Marcio Edison

Jornalista, radialista. Formado em Matemática (PUC/SP) e Comunicação Social (UNIP/SP) também é desenvolvedor web, palestrante de tecnologia e CEO da mexcorp.net

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