Uma visita a um outlet, local conhecido por oferecer produtos com descontos atrativos, pode pesar mais no bolso do que muitos imaginam. De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), as famílias que frequentam esses espaços gastam, em média, R$ 989 por ida. O levantamento, que analisa o comportamento de consumidores nesses centros de compra, revela um panorama detalhado sobre quem são os frequentadores, seus hábitos e as principais motivações para escolher outlets como destino de compras.
Há 15 anos em operação no Brasil, os outlets se consolidaram como alternativa para quem busca preços mais acessíveis em marcas renomadas. O público predominante nesses locais são mulheres: elas representam 63% dos frequentadores, com faixa etária entre 30 e 44 anos. Um dado interessante é que a maioria desse grupo, 62%, tem ensino superior completo e uma renda familiar entre três e seis salários mínimos.
Planejamento e pesquisa como estratégias de compra
Para quem visita os outlets, a experiência de compra vai além da simples caminhada entre vitrines. O levantamento da Abrasce aponta que 66% dos consumidores planejam suas visitas com antecedência. Esse planejamento inclui pesquisa online de preços antes de se dirigirem ao local, evidenciando que o perfil do consumidor é criterioso e busca o melhor custo-benefício. Além disso, metade dos visitantes leva seus animais de estimação, sugerindo que a experiência não se restringe apenas à compra, mas também ao lazer em família.
A visita média a um outlet envolve a entrada em cerca de seis estabelecimentos, sendo que as compras se concretizam em três deles. Isso demonstra uma postura seletiva por parte dos consumidores, que, apesar de visitarem vários pontos, mantêm suas aquisições focadas em poucos produtos.
O que buscam os consumidores?
Roupa e calçado são os itens mais procurados nos outlets, e isso reforça a ideia de que o público busca, principalmente, atualizações de guarda-roupa a preços reduzidos. Essa tendência é vista, inclusive, no fato de que 55% dos entrevistados afirmaram visitar outlets apenas uma vez por ano, o que indica uma jornada de compras pontual e voltada para grandes ocasiões ou períodos sazonais de promoção.
O comportamento de consumo retratado pelo estudo revela que, mesmo em um ambiente onde o desconto é o maior atrativo, o gasto médio de quase mil reais por visita reflete uma busca por marcas e produtos de qualidade que compensem o investimento. Embora os outlets sejam sinônimo de economia em comparação às lojas convencionais, o volume de compras realizado em cada visita denota uma estratégia de consumo planejada e voltada para aproveitar ao máximo as oportunidades de preço reduzido.
Impacto no setor e expansão do modelo
A pesquisa da Abrasce não apenas lança luz sobre o comportamento do consumidor, mas também indica o sucesso e a expansão do modelo de outlets no Brasil. Ao longo de 15 anos, esses centros se espalharam pelo país, atraindo um público diversificado, mas com características comuns, como a preferência pelo planejamento e a atenção aos preços.
Essa consolidação revela uma mudança no comportamento de consumo, onde, mesmo em tempos de alta inflação e ajuste econômico, há um espaço de destaque para os outlets no orçamento das famílias brasileiras. O consumo consciente, aliado ao desejo por produtos de marca, torna esses centros uma alternativa estratégica e desejada, especialmente entre a classe média que busca equilíbrio entre qualidade e preço.
A pesquisa destaca que os outlets não são apenas um ponto de compra, mas também de lazer, agregando valor à experiência de consumo. Com a presença crescente de famílias e até de seus pets, esses espaços se tornam verdadeiros centros de convivência, refletindo um comportamento que mescla compras planejadas com momentos de lazer.
Essa tendência de crescimento e a consolidação de outlets no Brasil reafirmam a relevância do setor no cenário econômico e indicam que, apesar do planejamento e da busca por preços mais baixos, o consumo em outlets se mantém alto, mostrando a disposição dos brasileiros em investir em compras de qualidade, mesmo em ambientes de desconto.
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