mexNEWS

Segunda-feira, 28 de Abril de 2025

Educação

Educação em crise: reflexos da pandemia ainda afetam crianças no Brasil

Queda na alfabetização e aumento do atraso escolar mostram desafios persistentes no pós-pandemia

Marcio Edison
Por Marcio Edison
/ 1 acessos
Educação em crise: reflexos da pandemia ainda afetam crianças no Brasil
Arquivo - Agência Brasil
IMPRIMIR
Espaço para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.

Os impactos da pandemia de Covid-19 ainda são sentidos profundamente na educação brasileira, especialmente entre crianças e adolescentes. Um estudo divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revela que o acesso à educação, que já era desigual, piorou durante o período pandêmico e ainda não se recuperou ao nível de 2019.

A análise, intitulada "Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil", baseia-se nos dados da Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE e destaca um cenário preocupante: aumento da proporção de crianças que não sabem ler ou escrever até os oito anos de idade e dificuldades no acesso à escola na idade certa.

Dados alarmantes sobre acesso à educação

O estudo aponta uma evolução desigual no acesso à educação ao longo dos últimos anos. Em 2017, 8,5% das crianças e adolescentes de até 17 anos estavam fora da escola. Essa porcentagem caiu para 7,1% em 2019, mas voltou a subir para 8,8% em 2021, durante a pandemia. Embora tenha havido uma leve melhora em 2023, com o índice reduzido para 7,7%, os números ainda refletem o retrocesso provocado pela crise sanitária.

Leia Também:

No total, cerca de quatro milhões de crianças e adolescentes estão atrasados nos estudos, seja por repetência, evasão escolar ou atraso na alfabetização. Entre esses, 619 mil vivem em privação extrema de educação, sem frequentar a escola.

Crianças sem alfabetização: um problema crescente

Um dos aspectos mais preocupantes destacados pelo relatório é o aumento do percentual de crianças que não sabem ler ou escrever aos oito anos de idade. As interrupções nas aulas presenciais durante a pandemia agravaram o problema, especialmente nas famílias de baixa renda, que enfrentaram dificuldades para acessar o ensino remoto devido à falta de recursos como internet e dispositivos tecnológicos.

“A alfabetização na idade certa é um marco fundamental para o aprendizado das crianças. Quando isso é atrasado, afeta não apenas o desempenho escolar, mas toda a trajetória educacional e as oportunidades futuras”, explica a especialista em educação infantil, Carla Almeida.

Impactos sociais e econômicos

A defasagem educacional tem consequências que vão além do desempenho acadêmico. Jovens que não conseguem acompanhar os estudos têm maior probabilidade de abandonar a escola, limitando suas perspectivas de emprego e perpetuando o ciclo de pobreza.

O Unicef alerta que essas privações educacionais estão intimamente ligadas à desigualdade social. Famílias em situação de vulnerabilidade enfrentam barreiras maiores para garantir o direito à educação de seus filhos, evidenciando a necessidade de políticas públicas que priorizem o combate às desigualdades no setor.

Caminhos para reverter a crise

Especialistas defendem medidas emergenciais para mitigar os impactos da pandemia e recuperar o aprendizado perdido. Entre as soluções, destacam-se:

  • Investimento em programas de reforço escolar, especialmente para crianças nos primeiros anos do ensino fundamental;
  • Ampliação do acesso à tecnologia para ensino remoto e híbrido;
  • Fortalecimento de políticas públicas de combate à evasão escolar.

Uma geração em reconstrução

Os dados reforçam que os desafios do setor educacional brasileiro não se limitam à infraestrutura ou ao número de vagas, mas também à qualidade do ensino oferecido e à garantia de permanência dos estudantes na escola.

Recuperar o tempo perdido e garantir a alfabetização e o aprendizado para milhões de crianças e adolescentes exige ação conjunta entre governo, sociedade civil e setor privado. Para muitos jovens, o acesso à educação representa não apenas um direito, mas a única chance de construir um futuro com mais oportunidades.

FONTE/CRÉDITOS: Agência Rádio 2
Comentários:
Marcio Edison

Publicado por:

Marcio Edison

Jornalista, radialista. Formado em Matemática (PUC/SP) e Comunicação Social (UNIP/SP) também é desenvolvedor web, palestrante de tecnologia e CEO da mexcorp.net

Saiba Mais

Envie sua mensagem, respoderemos assim que possível ; )