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Terça-feira, 13 de Maio de 2025

Tecnologia

Satélite Biomass vai mapear florestas do mundo em 3D

Com tecnologia inédita e formato de guarda-chuva, missão da ESA promete revolucionar o monitoramento climático global

Marcio Edison
Por Marcio Edison
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Satélite Biomass vai mapear florestas do mundo em 3D
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Em um marco histórico para a ciência climática e ambiental, a Agência Espacial Europeia (ESA) lançou ao espaço, a partir da base de Kourou, na Guiana Francesa, o satélite Biomass, uma ferramenta inovadora para mapear com precisão inédita a biomassa das florestas ao redor do mundo. O lançamento, que ocorreu às 10h15 do horário de Lisboa (6h15 no horário de Brasília), foi realizado com o foguete Vega-C e marca o início de uma missão ousada que promete transformar a forma como compreendemos e monitoramos o carbono armazenado nos ecossistemas terrestres.

Um guarda-chuva gigante no espaço

Chamado de Biomass, o satélite carrega uma antena de radar gigantesca em forma de guarda-chuva, desenvolvida pela empresa americana L3 Harris. Essa antena espacial, que levará nove dias para se abrir completamente devido à sua complexidade mecânica, será responsável por captar sinais de radar que penetram nas copas das árvores e refletem na vegetação inferior, onde se concentra a maior parte do carbono florestal.

“Pela primeira vez, teremos uma ferramenta capaz de ver por dentro das florestas, não apenas sobre elas. Isso muda o jogo para a ciência climática”, afirmou Josef Aschbacher, diretor-geral da ESA, em nota oficial após o lançamento.

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O radar, desenvolvido pela Airbus, opera em comprimentos de onda longos, uma tecnologia inédita no espaço. A missão é capaz de gerar mapas em 3D extremamente detalhados da biomassa global — ou seja, da quantidade de matéria orgânica presente nas árvores, folhas, galhos e troncos.

Por que isso importa?

As florestas são aliadas fundamentais no combate às mudanças climáticas. Elas funcionam como "sumidouros de carbono", ou seja, absorvem gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono (CO₂), da atmosfera. Monitorar quanto carbono as florestas realmente armazenam e perdem é essencial para orientar políticas ambientais e cumprir metas globais de emissões.

Veja o que o satélite Biomass poderá ajudar a monitorar:

Aplicação do Satélite Biomass Objetivo principal
Medição da biomassa florestal em 3D Mapear com precisão o carbono armazenado nas florestas
Monitoramento da desflorestação Detectar perda de vegetação em tempo quase real
Acompanhamento do crescimento florestal Medir o aumento da vegetação ao longo dos anos
Mapeamento de solos e desertos Estudar geologia oculta sob o solo
Análise de lençóis de gelo Observar estruturas internas de grandes blocos de gelo
Topografia de florestas Criar mapas detalhados do relevo florestal

Essas informações permitirão aos cientistas aprimorar os modelos climáticos, avaliar o progresso das nações rumo aos compromissos de redução de carbono e adotar estratégias mais eficazes para o uso e conservação dos solos.

Ciência em ação: impacto para o planeta

De acordo com especialistas da ESA, os dados obtidos pelo Biomass terão um impacto direto em projetos globais voltados para a mitigação da crise climática. “A capacidade de medir o carbono florestal com esse nível de detalhe é um avanço gigantesco. Teremos informações mais confiáveis para avaliar o papel das florestas tropicais, boreais e temperadas na regulação do clima”, comentou Antonella Di Nino, cientista da missão.

Além disso, os mapas gerados pelo satélite poderão ser cruzados com dados socioeconômicos e políticos, oferecendo suporte técnico a países que enfrentam desmatamento e ajudando a traçar planos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.

O papel da Europa na inovação ambiental

A missão Biomass é parte integrante do programa Earth Explorer, da ESA, que visa desenvolver tecnologias de observação da Terra para uso científico e ambiental. Com ela, a Europa reforça seu protagonismo na luta contra as mudanças climáticas, oferecendo ao mundo dados gratuitos e abertos sobre a saúde das florestas do planeta.

“Essa missão não é apenas científica. É também política e ética. Precisamos saber como está nosso planeta se quisermos salvá-lo”, declarou Aschbacher.

Conclusão

O satélite Biomass, com sua estrutura inusitada em forma de guarda-chuva e tecnologia de ponta, é mais do que uma peça de engenharia espacial: é uma ferramenta crucial para o futuro da Terra. Em um momento em que os efeitos das mudanças climáticas se tornam cada vez mais visíveis e urgentes, o conhecimento que ele trará pode ser a chave para preservar os pulmões verdes do planeta.

A missão está prevista para durar pelo menos cinco anos, e seus primeiros mapas devem começar a ser disponibilizados ao público e à comunidade científica em breve. O mundo aguarda — e precisa — desses dados.

FONTE/CRÉDITOS: PPLWare
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Marcio Edison

Publicado por:

Marcio Edison

Jornalista, radialista. Formado em Matemática (PUC/SP) e Comunicação Social (UNIP/SP) também é desenvolvedor web, palestrante de tecnologia e CEO da mexcorp.net

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