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Terça-feira, 21 de Janeiro de 2025

Justiça

TikTok sob pressão para proteger dados de jovens

Autoridade Nacional de Proteção de Dados pede mudanças para evitar coleta irregular de informações de menores

Marcio Edison
Por Marcio Edison
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TikTok sob pressão para proteger dados de jovens
Getty Images - SOPA Images
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A rede social TikTok, popular entre crianças e adolescentes no Brasil, está enfrentando um processo movido pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que visa proteger os dados pessoais dos jovens usuários da plataforma. A ação, que pode resultar em sanções contra a empresa, exige que o TikTok desative seu feed aberto — recurso que permite a visualização de vídeos sem cadastro — em até dez dias úteis. A intenção da medida é impedir o acesso de menores sem verificação de idade, evitando a coleta de dados de forma irregular e promovendo um ambiente digital mais seguro.

O feed aberto, uma funcionalidade que permite que qualquer pessoa, mesmo sem uma conta registrada, visualize conteúdos na plataforma, é visto pela ANPD como uma potencial porta de entrada para violações à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Técnicos da autarquia argumentam que, com esse recurso, crianças e adolescentes acabam expondo dados pessoais, que podem ser processados sem qualquer consentimento ou controle sobre seu uso. Além disso, o acesso irrestrito ao feed, somado a práticas de personalização algorítmica, pode fazer com que esses dados já estejam integrados em sistemas de recomendação, dificultando sua remoção completa.

Exigências e prazos para o TikTok

Além da desativação do feed aberto, a ANPD determinou que o TikTok apresente, em até 20 dias úteis, um plano de ações para melhorar a verificação de idade dos usuários, abordando especificamente como a plataforma pretende impedir o acesso de menores sem o devido controle parental ou autenticação de identidade. A exigência faz parte de um esforço crescente para responsabilizar plataformas digitais pela proteção de dados de crianças e adolescentes, um grupo considerado vulnerável e, portanto, merecedor de atenção especial.

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Especialistas em proteção de dados apontam que a situação é complexa, pois uma vez que dados pessoais de menores são processados de forma irregular e integrados a algoritmos de personalização, a exclusão dessas informações torna-se desafiadora. A ANPD alerta que o tratamento inadequado dos dados viola princípios fundamentais da LGPD, como o direito à privacidade e a proteção à integridade dos dados de menores.

Pressões e responsabilidade das redes sociais

Esse caso é parte de uma pressão global que diversas autoridades regulatórias estão exercendo sobre redes sociais para que intensifiquem as medidas de proteção de dados. Nos Estados Unidos e na Europa, o TikTok também enfrenta ações e processos de fiscalização focados na privacidade de jovens. A coleta de dados de crianças e adolescentes tornou-se uma questão central para reguladores ao redor do mundo, que buscam assegurar que essas plataformas não infrinjam direitos fundamentais dos usuários.

A ANPD esclareceu que a medida não tem o objetivo de barrar o uso da plataforma por crianças e adolescentes de forma indiscriminada, mas sim de criar barreiras de proteção mais eficazes, garantindo que o TikTok atue com responsabilidade ao processar dados pessoais. A expectativa é que o plano de ação a ser apresentado pela rede social inclua alternativas de verificação, como solicitações de consentimento parental, o uso de tecnologias mais seguras e o desenvolvimento de filtros de controle.

Riscos e implicações da coleta de dados sem controle

Para o TikTok, as exigências podem significar uma reestruturação significativa em suas operações no Brasil, onde a plataforma é amplamente utilizada por jovens. A pressão para desativar o feed aberto e apresentar um plano de verificação de idade reforça a seriedade da ANPD quanto à aplicação da LGPD. Em caso de descumprimento das exigências, a plataforma poderá enfrentar sanções, que incluem multas e outras restrições.

O TikTok ainda não comentou publicamente o processo, mas, segundo fontes próximas à empresa, a equipe jurídica e de conformidade está avaliando as exigências da ANPD. Enquanto isso, organizações de defesa dos direitos digitais observam o caso como um marco na proteção de dados infantis no país, que pode abrir precedentes para ações similares em outras plataformas.

A proteção da privacidade e a segurança de dados de crianças e adolescentes estão cada vez mais no centro das políticas de regulação, um reflexo da preocupação mundial com o impacto do ambiente digital na vida dos mais jovens.

FONTE/CRÉDITOS: Agência Rádio 2
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Marcio Edison

Publicado por:

Marcio Edison

Jornalista, radialista. Formado em Matemática (PUC/SP) e Comunicação Social (UNIP/SP) também é desenvolvedor web, palestrante de tecnologia e CEO da mexcorp.net

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