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Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2025

Tecnologia

Vazamentos de dados batem recorde no Brasil em 2024

Incidentes dobram em relação aos últimos três anos e expõem fragilidade na segurança digital

Marcio Edison
Por Marcio Edison
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Vazamentos de dados batem recorde no Brasil em 2024
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O ano de 2024 ainda não chegou ao fim, mas o número de vazamentos de dados no Brasil já atingiu níveis alarmantes. Segundo o Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos de Governo, órgão vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o país já contabiliza ao menos 3.253 incidentes de exposição de dados pessoais e sensíveis — mais que o dobro dos 1.615 casos registrados entre 2020 e 2023. Esse aumento substancial revela uma fragilidade tanto em órgãos públicos quanto no setor privado, e acende alertas para a necessidade de medidas urgentes para proteger a informação e a privacidade dos cidadãos brasileiros.

Dados e privacidade em risco

A explosão de vazamentos de dados gera um impacto direto na vida de milhões de brasileiros, afetando a privacidade, a segurança e até mesmo o patrimônio das pessoas. Além disso, os danos não se restringem apenas aos indivíduos: instituições públicas e privadas sofrem com prejuízos à sua reputação e segurança financeira, enfrentando uma onda de desconfiança e desafios para recuperar a imagem. Esse cenário, de acordo com a Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (ABAC), demanda respostas rápidas e assertivas, incluindo a adoção de padrões internacionais de segurança da informação, uma medida vista como essencial para reduzir os riscos de invasões e exposição indevida de dados.

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Causas dos vazamentos

Os principais motivos para esse crescimento expressivo nos vazamentos estão relacionados aos ataques cibernéticos, como o uso de malware, ransomwares e phishing, além da vulnerabilidade de sistemas que, em muitos casos, ainda carecem de atualização e de políticas robustas de segurança. A negligência humana também é um fator determinante. Situações como o uso de senhas fracas, a ausência de autenticação em dois fatores e o compartilhamento indevido de informações entre funcionários tornam organizações e usuários finais alvos fáceis para ataques.

Especialistas apontam que a segurança cibernética deve ser encarada como prioridade nacional, especialmente porque o volume e a sensibilidade das informações armazenadas por empresas e órgãos públicos aumentam a cada ano. Sem protocolos rigorosos, há uma exposição perigosa tanto de dados financeiros quanto de informações pessoais, como documentos, endereços e até registros médicos.

Medidas propostas e desafios

A ABAC defende a necessidade de que empresas e instituições públicas adotem normas de segurança que estejam em conformidade com práticas internacionais, como a certificação ISO 27001, que estabelece requisitos para sistemas de gestão de segurança da informação. Embora a adequação a essas normas seja um investimento alto, especialistas argumentam que os benefícios superam os custos, evitando prejuízos maiores no futuro. Eles também sugerem que as empresas façam treinamentos periódicos para os colaboradores e desenvolvam campanhas educativas sobre segurança digital, dado que muitas falhas podem ser evitadas com o fortalecimento de uma cultura interna de proteção de dados.

A criação de políticas públicas mais rígidas também é defendida por analistas de cibersegurança, que consideram as leis atuais insuficientes para acompanhar a complexidade dos ataques cibernéticos. Atualmente, o Brasil conta com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que estabeleceu bases importantes para a proteção da privacidade, mas que precisa de melhorias e de uma fiscalização mais robusta para realmente mitigar o número crescente de incidentes.

A importância de investir em segurança digital

A segurança digital tornou-se um pilar fundamental para empresas e governos ao redor do mundo, e o Brasil não é exceção. Em um cenário em que vazamentos de dados se tornam cada vez mais frequentes, negligenciar a proteção de informações significa correr o risco de enfrentar problemas legais, financeiros e de imagem.

Para os consumidores, esses vazamentos representam uma ameaça constante, gerando desconfiança e insegurança. Muitos brasileiros ainda desconhecem o que pode ser feito para proteger suas informações, e a conscientização sobre os riscos e práticas seguras ainda precisa de maior alcance e clareza.

Em um mundo cada vez mais digital, o aumento exponencial de vazamentos em 2024 serve como um alerta urgente para que o Brasil, tanto no setor público quanto privado, reforce sua postura frente aos desafios da cibersegurança. Se medidas efetivas e abrangentes não forem implementadas rapidamente, as consequências desses incidentes podem se intensificar, colocando em xeque a confiança de consumidores, cidadãos e até investidores no ambiente digital brasileiro.

FONTE/CRÉDITOS: Agência Rádio 2
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Marcio Edison

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Marcio Edison

Jornalista, radialista. Formado em Matemática (PUC/SP) e Comunicação Social (UNIP/SP) também é desenvolvedor web, palestrante de tecnologia e CEO da mexcorp.net

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