Mesmo sob um céu encoberto, o centro de Apucarana foi tomado por cores, músicas e passos sincronizados na manhã deste domingo (7). Centenas de pessoas se reuniram para acompanhar o tradicional desfile cívico em comemoração aos 203 anos da Independência do Brasil. O evento, marcado pela presença de autoridades locais e diferentes setores da sociedade, também abriu espaço para manifestações de diversidade cultural e religiosa.
A celebração começou com o hasteamento da Bandeira Nacional, conduzido pelo prefeito Rodolfo Mota, acompanhado de representantes do Exército, do 10º Batalhão da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Guarda Municipal e de agentes de trânsito. O gesto simbólico marcou a abertura oficial da cerimônia.
Ordem do desfile
O desfile teve início às 9h, com os grupos se organizando na Rua Clóvis da Fonseca. O trajeto seguiu pela Avenida Curitiba, passando em frente à Caixa Econômica Federal, até chegar à Rua Oswaldo Cruz, onde se deu o encerramento.
Educação e desenvolvimento regional
Entre as instituições presentes, a UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) – Câmpus Apucarana teve participação de destaque. A universidade participa anualmente do Desfile Cívico de 7 de Setembro, reforçando sua integração com a comunidade e celebrando o patriotismo ao lado de escolas e entidades da cidade.
A presença da UTFPR vai além do ato simbólico: representa o compromisso da instituição com o desenvolvimento regional, a valorização da educação pública e a formação de profissionais qualificados. Em 2025, estudantes, professores e servidores novamente levaram para a avenida a marca da universidade, mostrando sua relevância acadêmica e social para Apucarana e toda a região.
Participantes do desfile:
Segmento | Instituições/Grupos |
---|---|
Forças de segurança | Exército, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Guarda Municipal, agentes de trânsito |
Educação | Escolas municipais e estaduais, UTFPR – Câmpus Apucarana |
Movimentos sociais e culturais | Tempo de Umbanda Caboclo Pena Dourada, Diversidade Cultural Plural, Ummar, CMP, Associação cultural AFRENTE, App Sindicato, Marcha Mundial das Mulheres, Coletivo Macone |
O Grito dos Excluídos e a presença da Umbanda
Em paralelo ao desfile oficial, também foi realizado o Grito dos Excluídos, movimento tradicional do 7 de Setembro que busca dar visibilidade às demandas sociais e às vozes historicamente marginalizadas. Entre as representações presentes, destacou-se o grupo Tempo de Umbanda Caboclo Pena Dourada, que levou para a avenida símbolos, roupas brancas e cânticos da religião de matriz africana.
A presença da Umbanda no desfile foi considerada um ato de resistência e afirmação. Ao ocupar o espaço público em uma data marcada pelo civismo, os representantes buscaram mostrar que a fé também é instrumento de luta. “Representar a Umbanda neste dia foi uma forma de dar voz a quem muitas vezes é silenciado, mostrando que a fé também é uma forma de luta por um país mais justo, igualitário e respeitoso com todas as crenças”, registraram integrantes do movimento.
Fé e diversidade em destaque
A participação da Umbanda trouxe uma reflexão sobre a liberdade religiosa no Brasil. Apesar de ser uma religião genuinamente brasileira, baseada em princípios de amor, caridade e respeito à natureza e aos Orixás, ela ainda enfrenta preconceito e intolerância.
Neste 7 de Setembro, o desfile de Apucarana simbolizou não apenas a celebração da independência política do país, mas também a busca por uma independência social e espiritual, em que todas as crenças possam coexistir de forma igualitária e respeitosa.
Assim, entre o verde e amarelo das bandeiras, a energia dos cânticos religiosos e a presença da educação pública representada pela UTFPR, o desfile cívico-militar deste ano ficou marcado como um momento de encontro entre tradição, diversidade e resistência.
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