A deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT) protocolou, nesta segunda-feira (1o), um Pedido de Informação ao Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (IPEM-PR) visando esclarecer a fiscalização de postos de combustíveis no estado. Essa ação ocorre no rastro da Operação Carbono Oculto, uma ofensiva da Polícia Federal em parceria com o Ministério Público e outros órgãos, apontada como a maior operação contra o crime organizado no Brasil.
Fraudes Reveladas em Curitiba
A investigação identificou irregularidades em 46 postos de combustíveis de Curitiba e região metropolitana, incluindo adulteração de produtos, uso de dispositivos tecnológicos para enganar consumidores e possíveis ligações com esquemas de lavagem de dinheiro. Tais descobertas fortalecem uma denúncia anterior feita pela parlamentar em junho, quando alertou que Curitiba possui os preços mais altos do estado, apesar de estar próxima a uma refinaria.
Questionamentos ao IPEM-PR
No documento enviado ao IPEM-PR, Ana Júlia questiona a rotina e a frequência das fiscalizações, o número de postos inspecionados em 2024 e 2025, as autuações aplicadas e casos de reincidência. A deputada também solicita informações sobre a adoção de tecnologias para detecção de fraudes, o treinamento dos fiscais e a cooperação do órgão com entidades como a Polícia Federal, o Ministério Público e o Procon. Além disso, cobra esclarecimentos sobre possíveis vazamentos de informações de fiscalizações para os postos investigados.
"Estamos diante de um escândalo que envolve não só o bolso do consumidor, mas também a credibilidade de um setor essencial. É dever do governo do Estado garantir fiscalização efetiva, transparência e punição exemplar para quem frauda e prejudica a população", afirmou Ana Júlia Ribeiro.
Dúvidas sobre a Eficácia da Fiscalização
A deputada ressaltou que a extensão do esquema revelado pela Operação Carbono Oculto levanta sérios questionamentos sobre a eficácia da fiscalização realizada no Paraná. "É atribuição do IPEM zelar pelo consumidor paranaense, mas causa estranhamento que apenas agora, com a presença de órgãos federais, tenha sido exposto um esquema tão amplo de fraudes em postos de Curitiba. É importante entender se o Instituto tinha conhecimento de indícios dessas irregularidades e quais medidas foram tomadas ao longo do tempo", destacou.
Aspectos Políticos e Estruturais
Em paralelo ao pedido institucional, Ana Júlia reforçou seu posicionamento político sobre o tema. Para ela, a Operação Carbono Oculto revelou um problema estrutural que vai além dos postos de combustíveis, atingindo o sistema financeiro. Ela apontou que, embora o governo Lula tenha reduzido o preço dos combustíveis nas refinarias, a privatização da BR Distribuidora durante a gestão de Bolsonaro retirou do Estado um instrumento crucial para regular o mercado e assegurar que a redução de preços beneficie o consumidor final.
"O governo Lula já demonstrou seu compromisso ao reduzir o preço dos combustíveis nas refinarias, mas a privatização da BR Distribuidora, feita na gestão do Bolsonaro, retirou do Estado um instrumento fundamental para regular o mercado", enfatizou Ana Júlia.
Reconhecimento ao Combate ao Crime Organizado
A deputada também elogiou a atuação das instituições federais e do presidente Lula no combate ao crime organizado. "O ministro Fernando Haddad foi preciso ao dizer que a operação desmantelou uma verdadeira 'refinaria do crime'. Esse combate precisa ser articulado, inteligente e capaz de atingir não apenas os postos que adulteram combustível, mas o topo da engrenagem financeira que sustenta essas organizações criminosas", concluiu Ana Júlia Ribeiro.
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